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A cena é clássica. O carro “morre” e não quer mais ligar. Os ocupantes descem e começam a empurrá-lo até que um grita: “joga segunda”, “vai!”, “agora!”. A prática era comum no passado, mas hoje essa história mudou e não é recomendada.

“Costuma-se dar tranco no carro, em segunda marcha, quando a energia da bateria é insuficiente para dar a partida. O problema é que o recurso pode provocar um salto nos dentes da correia de distribuição, atingindo pistões e válvulas, causando prejuízo e a necessidade de se abrir o motor”, diz o engenheiro da SAE Brasil, Francisco Satkunas.

“Outra consequência pode ser o salto de um ou mais canais da correia ‘poly V’, que leva a rompimento da peça. Isso vai impedir a refrigeração do motor, pois a bomba d’água deixará de funcionar, assim como o alternador, compressor de ar-condicionado e até a direção hidráulica, se a bomba for acionada pela correia de acessórios”, afirma o engenheiro.

“Em raríssimos casos, tentar fazer o automóvel ligar no tranco pode até gerar “calço hidráulico’ (quando algum líquido entra nas câmaras de combustão, danificando pistões e bielas). Portanto, é melhor evitar essa prática”, conclui Satkunas.

A melhor alternativa é buscar auxílio de um serviço de atendimento de emergência para dar uma nova carga para a ignição do carro e, assim que possível, checar em uma oficina se a bateria ainda está com a vida útil em dia ou se precisa ser trocada.

Fonte: revistaautoesporte.globo.com